Entrevista: Fernando Paulo, criador de Treeker

O unico integrante da Blusoft Studios, o gamedev Fernando Paulo é a mente criativa por de trás do game Treeker: Os Óculos Perdidos. Na entrevista abaixo Fernando fala um pouco sobre sua experiência de gamedev, como foi desenvolver Treeker, a repercussão do game e os próximos projetos.

Para contextualizar o leitor, conte um pouco da tua história no gamedev?

Fernando Paulo: Eu me formei em Design de Jogos em 2012, e depois disso fiz alguns trabalhos freelance, principalmente com modelagem 3D. Treeker foi meu primeiro jogo comercial, então basicamente esse jogo foi meu primeiro passo como desenvolvedor de jogos comercialmente.

E a ideia do enredo e gameplay do Treeker, como surgiu?

Fernando Paulo: É difícil saber de onde exatamente surgiu o enredo. Primeiro eu pensei na mecânica principal do jogo (que seria o uso dos óculos pra poder ver objetos que não poderiam ser vistos de outra forma), e conforme eu desenvolvia, os detalhes do enredo foram surgindo. Eu quis fazer algo que inicialmente parecesse fantasia, mas que por trás disso tudo tivesse conceitos relacionados ao universo em geral.

Treeker: Os Óculos Perdidos, game criado por Fernando Paulo

Que engine e tecnologias utilizaste no desenvolvimento do game?

Fernando Paulo: Usei a engine Unity 3D, Photoshop pras texturas e interface, Soundbooth pra editar os efeitos sonoros e Maya pra modelagem 3D (conceito). Devido às licenças do Maya, usei também Daz3D pra criar os modelos finais a serem exportados pro jogo

O game foi lançado para PC (Windows), existe algum plano para outras plataformas?

Fernando Paulo: Eu tenho interesse, principalmente no Wii U e PS4, porém depende da possibilidade de conseguir um devkit e as licenças. Estou entrando em contato com as fabricantes e vou aguardar algum tipo de resposta. Apesar do meu interesse, acredito que não será algo tão fácil de conseguir no momento, então espero pelo menos poder lançar o meu próximo jogo nos consoles também.

O game esteve em campanha no Steam Greenlight e foi aprovado pela comunidade. A campanha no Greenlight foi como você esperava?

Fernando Paulo: Eu esperava que fosse demorar um pouco mais pra ser aprovado. Assim que o jogo apareceu no Greenlight a votação começou bastante forte, porque ele estava nas primeiras páginas. Depois dos primeiros dias novos jogos vão entrando e o jogo vai perdendo rapidamente visibilidade, fazendo com que a velocidade dos votos caia drasticamente. Eu continuei divulgando o jogo em vários grupos e enviando emails, porém foi quando o jogo participou do indieroyale que as votações dispararam novamente e o jogo recebeu o sinal verde

Vamos falar um pouco mais sobre o mundo de Treeker, o que o jogador pode esperar durante a jornada?

Fernando Paulo: Pode esperar um pouco de desafio e algumas mecânicas diferentes e que podem parecer até estranhas, como os elementos de plataforma em primeira pessoa. O enredo é mais misterioso, o jogador deve explorar o local em busca de detalhes e prestar bastante atenção, caso queira entender o que realmente está acontecendo em relação à história. No geral o jogo não força o jogador a seguir a história, e tem certa liberdade, sem ser algo totalmente linear.

Treeker e seu visual 3D estiloso

O game tem um visual 3D bem peculiar e estiloso. Quais foram tuas inspirações durante o desenvolvimento da arte do game?

Fernando Paulo: Eu decidi usar esse visual em junho do ano passado, e naquela época não existiam muitos jogos ou artes nesse estilo. Acredito que o pouco que existia como referência me influenciou, que é um estilo com polígonos bem aparentes. Eu fiz uns modelos e gostei do resultado. Iria facilitar também o desenvolvimento, então segui nesse estilo. Nos últimos meses esse estilo se tornou bastante popular entre os desenvolvedores indie, mas não era algo que eu havia previsto na época

Recentemente Treeker tornou-se o primeiro game brasileiro a figurar como “Melhor jogo” do BIG Festival, além de também aparecer como candidato nas categorias “Melhor arte” e “Revelação Brasil”. Você esperava tamanho sucesso?

Fernando Paulo: Eu esperava que talvez o Treeker fosse finalista na categoria Melhor Arte, pois o visual foi algo que trabalhei em cima pra deixar agradável. Mesmo assim, devido à concorrência, eu tinha em mente que talvez o jogo não fosse finalista em nenhuma categoria. Um dia antes da divulgação pública dos finalistas recebi email sendo informado de que o jogo era finalista na categoria Melhor Jogo. Porém eu não tinha percebido que é o primeiro jogo brasileiro a participar desta categoria. Fui descobrir isso apenas no dia seguinte quando saíram as notícias, junto com outro email informando que o jogo é finalista também nas categorias Melhor Arte e Revelação Brasil, então fiquei bastante surpreso e feliz.

Para finalizarmos, qual será o próximo projeto da Blubox Soft?

Fernando Paulo: Bom, não posso dizer muitos detalhes no momento, pois ainda não foi anunciado, mas se tudo correr de acordo com o planejado, será um jogo de aventura em terceira pessoa com mais foco no enredo. Eu decidi também lançar um conteúdo adicional pro Treeker, gratuitamente pra quem já tem o jogo, e se chamará Treeker: Fragmento da Lente. Esse modo será como um capítulo adicional, usando algumas mecânicas do Treeker, e irá revelar mais detalhes da história. Também pretendo disponibilizar uma demo gratuita baseada nesse modo. Ainda não tenho data pra lançar esse conteúdo, mas provavelmente será nas próximas semanas. Além disso também continuo avaliando feedback dos jogadores do Treeker e fazendo melhorias ao jogo.

Trailer de Treeker: Os Óculos Perdidos

O jogosdaqui agradece ao Fernando pela entrevista e deseja sucesso a ele. Esperamos que outros games tão criativos e bonitos como Treeker surjam da Blubox Soft.

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